obituário

Morreu agricultor José Salvi Pinto

Fotos: Arquivo Pessoal


Nascido e criado em Santiago, José Salvi Pinto, 85 anos, morava há cinco anos em Santa Maria, com a esposa, Leopoldina Miranda Pinto, 77. Os dois se mudaram para a cidade para cuidar da saúde e ficar mais perto dos netos e bisnetos. Casados há 60 anos, os dois foram muito companheiros e costumavam conversar bastante. Pais de Maria Izabel, 59, e José Ademir, 53, o idoso e a esposa sempre tinham uma palavra de carinho e conforto para familiares e amigos. 

Dedicado e comprometido, José trabalhou na lavoura por muitos anos, até conseguir a tão sonhada aposentadoria.

- Como era para fora, tinha semanas que ele não vinha para casa e me avisava. Acho que não tem segredo para um relacionamento tão duradouro. Nós tínhamos jogo de cintura, paciência, trocas e diálogos. Nós sabíamos rir juntos. O José era muito divertido - recorda Leopoldina.

Aos filhos, o idoso deixou como legado o carinho com o próximo, a solidariedade e o acolhimento, já que a casa dele era paradouro para muitas pessoas que estavam doentes e que precisavam de um local para se hospedarem durante os tratamentos médicos.

- O pai era muito religioso e nos ensinou todos os valores cristãos na prática. Esse acolhimento, o juntar das mãos todas as noites antes de dormir, era algo que o ajudava a consolar a quem quer que fosse. Tudo isso foi passado com muito zelo para mim e para meu irmão - emociona-se a filha, Maria Izabel.

Conforme ela, a crença do pai era inabalável. Ele tinha grande vontade de viver e rezava todos os dias. Quando podia, o idoso frequentava a Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Camobi, bairro que escolheu para viver. Nos dias em que ele não ia até a igreja, os padres levavam a eucaristia até ele.

Avô das gêmeas Vaniza e Vanuza, 36 anos, Tiago, 29, e James, 27, o agricultor também tinha quatro bisnetos Nikolas, 11, Rafael, 9, Gabriel, 8, e Izabelli, 4. A família diz que as crianças o adoravam. Brincalhão, ele não dispensava uma boa risada com os pequenos.

- A Izabelli adorava ir levar bolacha para o bisa quando ele estava deitado. O pai a chamava de "guria". Ele era bem gaúcho, não usava calças, só bombacha. Para ele, tudo estava bem, nunca reclamou de nada. Jamais me esquecerei do sorriso dele e do olhar que transmitia muita paz e calmaria e transparecia a personalidade dele - conta a filha.

O agricultor também adorava contar histórias e dizia que o desejo dele era chegar até aos 100 anos. Muito metódico, o idoso não dispensava a rotina: todos os dias, fazia as refeições no mesmo horário e dormia cedo. A família também diz que ele era muito minucioso e gostava de fazer as tarefas do jeito dele.

- O vô foi muito presente em todos os momentos das nossas vidas. Ele sempre estava lá para o que precisássemos e para dizer uma palavra amiga. Ele jamais deixou faltar nada nem para os filhos nem para a gente. Durante a minha infância, quem colocava eu e minha irmã para dormir era ele - diz Vanuza.

À família, o agricultor ensinou a ter fé, a lutar pelos desejos, a honrar os compromissos financeiros, ser honesto e ir sempre para o caminho do bem e do amor.

- Eu posso dizer que vivi, com meu pai, um pedaço do céu na Terra. Ele era incrível e direcionou eu e meu irmão para o melhor caminho. Ele nos deu liberdade para buscarmos nossos sonhos e fazermos nossa vida - observa Izabel.

Ela também conta que o pai os ensinou a receber as pessoas em casa, não importava quem fosse e, principalmente, a não julgar ninguém. Izabel diz, ainda, que ela e o irmão respeitavam muito tudo o que o pai dizia.

Vaidoso, o agricultor ia todos os meses ao barbeiro para aparar o bigode e cortar o cabelo. Quando não podia, era o profissional quem ia ao encontro dele, em casa. O grande passatempo do idoso era ouvir músicas gaúchas e ajudar ao próximo.

O agricultor morreu em casa, em 27 de maio, e foi sepultado no dia seguinte, às 9h, no Cemitério Municipal, em Santiago. A família preferiu não divulgar o motivo do falecimento.

OUTROS FALECIMENTOS EM SANTA MARIA E REGIÃO 

Funerária Cauzzo

02/06
Maria Izabel Rossi Medina, aos 83 anos, foi sepultada no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria 

03/06
Nilo Menezes Braga, aos 82 anos, foi sepultado no Cemitério Campestre do Menino Deus, em Santa Maria
Altamir Rodrigues Ferreira, aos 61 anos, foi sepultado no Cemitério de Boqueirão, na Vila Block, distrito de São Sepé 

04/06
João Batista da Silveira, aos 76 anos, foi sepultado no Cemitério do Boqueirão, na Vila Block, distrito de São Sepé
Mario Zappe, aos 86 anos, foi sepultado no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria 

05/06
Elina Santos da Cruz, aos 81 anos, foi sepultada no Cemitério de Pau a Pique, em Santa Maria
Gladyz Lourdes Ceratti Pinto, aos 85 anos, foi sepultada no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria 

As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.b.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122

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